De acordo com reportagens da mídia, na potencial aquisição da US Steel pela Nippon Steel Corporation, o governo dos EUA deverá obter "ações de ouro" na US Steel, o que concederia ao governo dos EUA poder de veto sobre as decisões tomadas pela empresa.
Fontes familiarizadas com o assunto revelaram que o acordo ainda está em negociação entre o governo e as empresas, e o alcance específico do poder de veto, bem como a postura do governo dos EUA em relação ao atual acordo de fusão e aquisição, ainda não estão claros.
Na última sexta-feira (23 de maio), o presidente dos EUA, Trump, declarou nas redes sociais que a "cooperação planejada" entre a US Steel e a Nippon Steel criaria 70.000 empregos e geraria US$ 14 bilhões em benefícios econômicos.
Investidores acreditam que a declaração de Trump implica que a Nippon Steel obteve a aprovação para a aquisição há muito tempo planejada. De acordo com várias reportagens da mídia, a Nippon Steel planeja adquirir a US Steel por US$ 55 por ação e investir mais US$ 14 bilhões.
Fontes familiarizadas com o assunto revelaram que, dos US$ 14 bilhões mencionados por Trump, a Nippon Steel investirá aproximadamente US$ 11 bilhões até 2028. Isso inclui mais de US$ 2 bilhões para a renovação da fábrica de Mon Valley, US$ 200 milhões para a construção de um novo centro de P&D e US$ 3,1 bilhões para a modernização da maior fábrica da US Steel em Indiana.
Além disso, a Nippon Steel investirá US$ 3 bilhões na Big River Steel, no Arkansas, com parte dos fundos destinados à construção de capacidade de aço elétrico para fortalecer a rede elétrica dos EUA. A empresa também investirá US$ 800 milhões em uma mina de minério de ferro em Minnesota e US$ 500 milhões no Alabama.
Em relação às "ações de ouro", de acordo com a mídia japonesa, os poderes concedidos por essas ações serão incluídos como parte do acordo de segurança nacional dos EUA. Fontes familiarizadas com o assunto disseram que não está claro se esse poder implica que o governo dos EUA detém participação acionária na empresa ou se é apenas uma medida de mitigação.
Vale ressaltar que Trump planeja realizar um comício em Pittsburgh, onde fica a sede da US Steel, nesta sexta-feira. Ele pode promover o acordo como uma vitória de suas políticas tarifárias e de proteção aos trabalhadores americanos.
No entanto, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto, todas as partes ainda estão negociando os detalhes. Sem a aprovação explícita do acordo de fusão e aquisição existente, essas empresas não aparecerão no palco com Trump em seu comício.
O senador republicano da Pensilvânia e aliado de Trump, Dave McCormick, disse à mídia na terça-feira que alguns acordos estão essencialmente finalizados, conforme anunciado por Trump na semana passada.
McCormick disse: "A estrutura de controle será um tanto única. O CEO será americano, e a maioria dos membros do conselho de administração será americana. Além disso, haverá ações preferenciais, com alguns membros do conselho de administração aprovados pelo governo dos EUA, o que permitirá aos EUA garantir que a produção não será reduzida, e assim por diante."
Mesmo que um acordo seja alcançado, Trump ainda teria de revogar a decisão do governo Biden de bloquear a transação por motivos de segurança nacional.
