Em meio às incertezas econômicas e à atual turbulência geopolítica, os preços internacionais do ouro, da prata e do petróleo bruto subiram durante o feriado do Festival do Barco-Dragão na China. Um analista observou que os preços do ouro ainda têm espaço considerável para subir, mas agora pode ser um momento mais oportuno para se concentrar na prata.
Michele Schneider, estrategista-chefe de mercado da MarketGauge, afirmou que os preços do ouro e da prata têm se consolidado, o que a levou a manter uma postura neutra em relação a ambos. No entanto, se os preços da prata romperem firmemente a marca de US$ 34 por onça, ela tentará comprar, já que atingir US$ 40 é apenas uma questão de tempo.
Até o momento da publicação, a última cotação da prata em Londres era de US$ 34,106 por onça, com queda de mais de 1,7% no dia, mas ainda com alta de mais de 3,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. Schneider enfatizou a necessidade de paciência no mercado da prata, já que ainda há alguma resistência no setor, mas espera ver compras sustentadas após essa ruptura.
Ela enfatizou que, quando os compradores estiverem fortes, isso sinalizará o início de um rali mais significativo na prata.
Ouro e prata superam o dólar americano
Apesar do forte desempenho do ouro nesta semana, Schneider apontou que o aumento na relação ouro-prata pode indicar que a prata está prestes a brilhar. Atualmente, a relação preço ouro-prata caiu abaixo da média móvel de 50 dias, possivelmente sinalizando uma rotação antecipada para a prata.
No mês passado, a relação ouro-prata atingiu uma máxima de cinco anos, subindo para 107, enquanto os preços do ouro também alcançaram uma máxima histórica de US$ 3.500 por onça. Schneider expressou que vê algumas semelhanças entre o pico da relação em 2020 e os atuais movimentos de preços. Em 2020, a relação ouro-prata caiu de uma máxima histórica para uma mínima de seis anos, retraindo 51% em um ano, o que também significou uma valorização significativa dos preços da prata em relação ao ouro.

De uma perspectiva fundamental, Schneider espera que um dos principais fatores que sustentem o aumento dos preços da prata seja que o Federal Reserve dos EUA cortará as taxas de juros o mais rápido possível, citando a desaceleração da economia dos EUA. Taxas de juros mais baixas, por sua vez, apoiarão a demanda industrial pela prata, tornando-a um ativo mais resistente à inflação do que o ouro.
No entanto, Schneider também enfatizou que o ouro continua a ser um importante ativo monetário com valor significativo, já que é adicionalmente apoiado pelo declínio do status do dólar americano, uma razão importante para a forte demanda dos bancos centrais por ouro.



