A Guiné acaba de dar um passo que pode provocar tremores nos corredores globais de commodities, cancelando de 50 para 129 licenças de exploração mineral de uma só vez. Sem esclarecimentos. Sem negociações. Apenas um decreto do governo liderado pelos militares, com o objetivo de “reforçar o controle” sobre o tesouro mineral da nação oeste-africana. Um alto funcionário do Ministério das Minas disse que a medida visa liberar recursos não utilizados para outros investidores mais poderosos. “Simplificamos o processo digitalizando todo o sistema, que agora pode ser melhor controlado”, disse o funcionário à Reuters, sob condição de anonimato.
Se você acha que isso é apenas outra reorganização burocrática, pense novamente.
A Guiné está sinalizando que não quer mais ser anfitriã de licenças ociosas e investidores ausentes. As implicações vão muito além das bandejas de ouro e dos núcleos de perfuração e atingem o cerne da cadeia de valor global do alumínio.
A Guiné não é um posto avançado de mineração comum. Ela possui mais de um quarto das reservas mundiais conhecidas de bauxita, que é a matéria-prima essencial para o alumínio. O alumínio, por sua vez, é a corrente sanguínea da infraestrutura moderna, da mobilidade elétrica, das embalagens e da indústria aeroespacial. Das refinarias chinesas em Shandong às extrusoras de alumínio na Alemanha, a bauxita da Guiné alimenta um motor industrial global.
Como principal importadora de bauxita da Guiné, a China tem mais do que um interesse passivo nessa reorganização. Seus principais produtores de alumínio, incluindo Chalco, Weiqiao e Xinfa, dependem fortemente do fluxo ininterrupto de bauxita da Guiné para alimentar suas refinarias de alumina domésticas.
Até agora, as empresas chinesas conseguiram manter suas operações praticamente intactas, muitas vezes investindo em infraestrutura local: portos, ferrovias e desenvolvimento social. Mas mesmo elas não são intocáveis. O atual regime em Conacri deixou claro: as concessões devem gerar desenvolvimento comunitário, não apenas lucro corporativo.
“Nos últimos anos, o setor de mineração da Guiné passou por uma transformação significativa, marcada por uma melhor estruturação, um forte compromisso das autoridades em desenvolver os recursos nacionais e uma maior abertura a investimentos responsáveis. Graças à sua imensa riqueza de bauxita, ferro, ouro, diamantes e outros recursos estratégicos, a Guiné é agora considerada um dos centros de mineração mais promissores do continente africano. Este impulso é sustentado por reformas que visam aumentar a transparência, fortalecer o conteúdo local e melhorar os benefícios econômicos para as comunidades anfitriãs. O governo guineense também enfatizou a necessidade de uma exploração mais sustentável, equilibrada e inclusiva dos recursos naturais. Neste contexto favorável, nossa empresa, a Chalco Guinea Company SA, está totalmente comprometida com uma parceria de longo prazo com a Guiné. Vemos nossas atividades não apenas como um investimento econômico, mas também como uma contribuição para o desenvolvimento local e nacional", compartilhou Yaya Mara, Diretor de Comunicação da Chalco Guinea Company SA.
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