Num relatório divulgado na segunda-feira (5 de maio), o Goldman Sachs afirmou que a forte demanda dos bancos centrais por ouro elevou estruturalmente a relação ouro-prata e que o ouro continuará a superar o desempenho da prata.
Em outras palavras, o Goldman Sachs espera que a prata tenha dificuldades para acompanhar a atual alta do ouro. A relação ouro-prata, que mede a quantidade de prata necessária para comprar uma onça de ouro, atualmente está em torno de 102. Em uma comparação anual, essa relação era de aproximadamente 84,7 há um ano.
O Goldman Sachs explicou: "Devido à desaceleração do setor fotovoltaico em meio a um excesso de oferta, juntamente com o aumento dos riscos de recessão e as contínuas compras significativas de ouro pelos bancos centrais em todo o mundo em 2025, esperamos que os preços do ouro continuem a superar o desempenho da prata".
No mesmo dia, os preços do ouro à vista subiram mais de US$ 70, sendo negociados a US$ 3.315 por onça, com um aumento de mais de 26% no ano. Em abril, em meio a incertezas geopolíticas e entradas de recursos em ETFs de ouro, os preços do ouro ultrapassaram brevemente a marca de US$ 3.500.

O World Gold Council (WGC) escreveu em seu "Global Gold Demand Trends Report" na semana passada que, impulsionado por um aumento nas entradas de recursos em ETFs, a demanda global total de ouro atingiu 1.206 toneladas métricas no primeiro trimestre deste ano, marcando o primeiro trimestre mais forte desde 2016.
O Goldman Sachs acrescentou que, devido à alta correlação entre os fluxos de capital, se a demanda por ouro aumentar novamente em 2025, os preços da prata também devem subir. Até o momento da publicação, os preços da prata à vista eram negociados a US$ 32,40 por onça, com um aumento de mais de 12% no ano.
O Goldman Sachs reiterou sua visão "estruturalmente otimista" sobre o ouro no relatório, prevendo que, em seu cenário base, os preços do ouro atingirão US$ 3.700 por onça até o final do ano e subirão para US$ 4.000 até meados de 2026.
O Goldman Sachs também apontou que, em caso de recessão, entradas aceleradas de recursos em ETFs podem elevar os preços do ouro para US$ 3.880 até o final do ano.
O relatório afirmou ainda que, em cenários de risco extremo — como crescentes preocupações do mercado com a independência do Federal Reserve dos EUA ou mudanças nas políticas de reservas dos EUA — os preços do ouro podem subir para US$ 4.500 até o final de 2025.
Embora o presidente dos EUA, Trump, tenha criticado novamente o Federal Reserve dos EUA no último fim de semana por não cortar as taxas de juros, ele afirmou que não demitiria Powell antes do final de seu mandato em 2026.



