Francois Villeroy de Galhau, membro do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) e governador do Banco da França, disse na segunda-feira (27 de abril) que as ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxeram incerteza às economias de todo o mundo, mas, com a inflação na zona do euro em declínio, ainda há espaço para novos cortes nas taxas de juros na Europa.
Em uma entrevista, Villeroy destacou: "Estamos em um momento de grande incerteza... As políticas do governo Trump não são boas para a economia dos Estados Unidos e, infelizmente, também não são boas para a economia mundial".
Ele acrescentou: "O protecionismo não funciona. Significa crescimento mais lento e inflação mais alta".
Villeroy reiterou que, com a inflação em declínio, não acredita que haja risco de recessão na Europa, e afirmou: "Ainda temos espaço para cortes graduais nas taxas de juros".
Nas recentes Reuniões de Primavera organizadas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, os formuladores de políticas do BCE expressaram uma confiança crescente em um corte nas taxas de juros do BCE em junho.
Dados da zona do euro mostraram que o crescimento das empresas na região estagnou este mês, o crescimento salarial desacelerou significativamente e a inflação na Europa continuou em declínio, criando condições para um corte nas taxas de juros.
Apesar da crescente confiança no BCE para um corte nas taxas de juros em junho, as autoridades não estão preparadas para um corte significativo, acreditando que um corte de 50 pontos-base desencadearia especulações desnecessárias no mercado.
Eles também enfatizaram que permanecem abertos a um corte nas taxas de juros em junho, já que ainda falta mais de um mês para a reunião de política, e a postura política errática de Trump dificulta a previsão do futuro econômico.



