De acordo com fontes informadas, a administração Trump vê a cooperação no setor energético da Rússia como um incentivo econômico chave para ganhar o apoio do Kremlin a um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia.
Fontes anônimas disseram que projetos conjuntos na região Ártica, bem como petróleo, gás natural e minérios de terras raras, estão entre as opções consideradas pelos EUA como parte de uma parceria em um acordo de paz.
Segundo fontes em Moscou, encorajadas pelas declarações de Trump sobre possível cooperação econômica após a assinatura de um acordo de paz, a Rússia também está compilando uma lista de projetos e ativos que poderiam atrair o interesse dos EUA. Essas propostas estão sendo coletadas pelo enviado especial de Putin para relações econômicas, Dmitriev, que se tornou agora um elo crucial com a Casa Branca.
Essas fontes disseram que os dois lados ainda não discutiram diretamente planos de cooperação. Qualquer esforço para reiniciar as relações econômicas enfrentará obstáculos significativos, incluindo as milhares de sanções anteriormente impostas à Rússia pelos EUA e seus aliados do G7, além da longa tradição do Kremlin de proibir a propriedade estrangeira em setores estratégicos, como energia.
No entanto, o foco na possibilidade de cooperação comercial destaca ainda mais o estilo de política externa "baseado em transações" da administração Trump. Se um acordo for alcançado, empresas americanas poderiam desempenhar um papel significativo na transmissão de petróleo, gás e eletricidade na Rússia e na Ucrânia, especialmente para exportação para a Europa.
Anteriormente, Trump havia pressionado por um acordo de investimento abrangente com a Ucrânia, permitindo que os EUA tivessem um papel importante em projetos para explorar os recursos minerais da Ucrânia e reconstruir infraestruturas.
Na verdade, desde esta semana, a administração Trump tem tentado intensivamente impulsionar um acordo de paz rápido entre Rússia e Ucrânia, ameaçando sair das negociações se as duas partes não concordarem em cessar hostilidades. No início desta semana, houve relatos de que, como parte de um acordo de paz, os EUA exigiriam que a Rússia aceitasse o direito da Ucrânia de desenvolver sua própria indústria militar e de defesa bem equipada, enquanto a Ucrânia poderia precisar abrir mão de alguns territórios.
O enviado especial do presidente americano Trump, Steve Witkoff, encontrou-se com Putin em Moscou na sexta-feira, e o Kremlin descreveu as conversas como construtivas. Segundo a mídia russa, Dmitriev também participou das discussões relacionadas.
Nesse sentido, Emily Ferris, pesquisadora sênior do Departamento de Estudos de Segurança Internacional do Royal United Services Institute do Reino Unido, disse que Trump gosta de enquadrar a política em termos de referências que ele pode entender, como negócios, e atualmente, os russos também estão felizes em ver isso.
De acordo com fontes familiarizadas com a situação, os EUA propuseram a suspensão das sanções contra Moscou como parte de qualquer acordo de paz, embora isso também exigisse acordo com a UE, já que muitas das sanções mais rigorosas foram impostas pela UE. Essas fontes disseram que os EUA acreditam que os incentivos econômicos serão um fator-chave para persuadir Putin a impulsionar um processo de paz.
Em 20 de abril, Trump postou nas redes sociais que, se a Rússia e a Ucrânia chegarem a um acordo, "ambos os países podem começar a fazer grandes negócios com os EUA."



