Na quarta-feira, horário local, Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, declarou que, à medida que as políticas tarifárias de Trump continuam a perturbar o mercado, uma recessão econômica nos EUA se tornou um resultado muito provável.
Atualmente, a guerra comercial está se intensificando, com ações e títulos americanos sendo vendidos em massa, e preocupações de que políticas de retaliação possam levar a problemas significativos nos mercados financeiros e na economia dos EUA.
Dimon disse em entrevista no mesmo dia: "Acho que uma recessão é provavelmente um evento de alta probabilidade porque é isso que o mercado está indicando. Quando o Dow Jones cai 2.000 pontos, tal declínio desencadeia uma reação em cadeia, exacerbando ainda mais o pânico no mercado. As pessoas veem suas contas 401(k) perdendo dinheiro, sua aposentadoria perdendo dinheiro. Você tem que cortar gastos."
De acordo com o painel de indicadores de recessão baseado no mercado do JPMorgan, o Índice Russell 2000, dominado por ações de pequena capitalização e duramente atingido nas recentes vendas, atualmente mostra 79% de probabilidade de uma recessão econômica nos EUA.
Economistas do JPMorgan esperam que o PIB dos EUA encolha 0,3% este ano, uma previsão de recessão branda, mas após um ano de forte crescimento econômico.
Analistas apontaram que a última vez que os EUA viram uma ação como o aumento significativo de tarifas de Trump foi em 1930. Após o então presidente Herbert Hoover assinar a Lei Tarifária Smoot-Hawley naquele ano, o comércio global entrou em colapso e a tendência para a depressão global se intensificou.
Após Trump anunciar aumentos de tarifas e muitos países tomarem medidas de retaliação, a queda acentuada no mercado de ações dos EUA antecipou consequências semelhantes. A razão é clara: as tarifas de Trump são, de fato, muito maiores do que as impostas em 1930.
Dimon acredita que os mercados nem sempre estão certos, mas na maioria das vezes estão. "Acho que eles estão certos desta vez porque estão apenas precificando incertezas em níveis macro e micro, e depois considerando como isso afeta a confiança do consumidor."
Dimon destacou: "Ninguém quer que isso aconteça, mas se acontecer, esperamos que não dure muito tempo." Dimon acrescentou, "Resolver essas questões tarifárias e comerciais seria algo bom."
Vale notar que Trump citou uma declaração de Dimon (resolver questões tarifárias e comerciais seria algo bom) em seu post mais recente nas redes sociais na quarta-feira, mas não mencionou a recessão. Trump também disse: "Acalmem-se! Tudo ficará bem. Os EUA serão maiores e melhores do que nunca!"
Mais cedo na quarta-feira, os 27 estados-membros da UE votaram para impor uma tarifa de 25% sobre importações dos EUA em retaliação ao anúncio da administração Trump em 12 de março de tarifas sobre aço e alumínio da UE.
O governo chinês também tomou rapidamente medidas firmes de retaliação contra a ação unilateral e intimidatória do governo dos EUA de aumentar as tarifas sobre exportações chinesas para os EUA de 34% para 84%, elevando a taxa de tarifa sobre todas as importações de origem americana de 34% para 84%.
Dimon disse ter observado uma mudança na confiança empresarial e espera que muitas empresas reduzam gastos. Ele afirmou que o JPMorgan Chase também controlou seu quadro de funcionários, não demitirá imediatamente, mas também não fará contratações em larga escala.
