Um levantamento do World Gold Council (WGC) indica que os bancos centrais de todo o mundo esperam que a proporção de ouro em suas reservas continue aumentando nos próximos cinco anos, enquanto a proporção de suas reservas em dólares americanos deve diminuir.
O levantamento sobre as reservas de ouro dos bancos centrais, realizado de 25 de fevereiro a 20 de maio deste ano, recebeu respostas de 73 bancos centrais globais, marcando o maior número de bancos centrais participantes desde o início do levantamento.
Dentre eles, 76% dos bancos centrais antecipam um aumento em suas reservas de ouro nos próximos cinco anos, um aumento em relação aos 69% do ano passado. Além disso, um número recorde de entrevistados (95%) acredita que as reservas de ouro dos bancos centrais aumentarão nos próximos 12 meses, um aumento em relação aos 81% do ano passado.
O levantamento também revela que o Banco da Inglaterra continua sendo o local mais popular para as reservas de ouro. Cinquenta e nove por cento dos bancos centrais entrevistados consideram conflitos comerciais e tarifas potenciais relevantes para seus planos de gestão de reservas.
Notavelmente, a proporção de entrevistados de mercados emergentes e economias em desenvolvimento (69%) é maior do que a de economias avançadas (40%), sugerindo que esses dados podem melhor destacar as opiniões dos bancos centrais de economias emergentes sobre as reservas.
Considerações de Risco
O World Gold Council aponta que os bancos centrais de todo o mundo aumentaram suas reservas de ouro em mais de 1.000 toneladas métricas por ano nos últimos três anos, acrescentando que isso representa um aumento significativo em relação ao aumento médio anual de 400 a 500 toneladas métricas na década anterior. O ritmo acelerado das compras de ouro pelos bancos centrais está ligado às incertezas geopolíticas e econômicas.
O levantamento também mostra que 73% dos entrevistados acreditam que a participação do dólar americano nas reservas globais diminuirá ligeiramente ou significativamente nos próximos cinco anos. Durante o mesmo período, espera-se que a participação de outras moedas, como o euro e o yuan, bem como do ouro, aumente.
Esse resultado também corrobora as recentes preocupações entre economistas e analistas sobre a estabilidade do dólar americano. Devido a preocupações com as políticas comerciais do governo Trump e a crise da dívida dos EUA, os investidores globais estão gradualmente reduzindo suas posições em dólares para mitigar potenciais riscos de crédito soberano.
O risco também é um fator-chave que leva os bancos centrais de todo o mundo a aumentarem suas reservas de ouro. O levantamento mostra que a proporção de entrevistados que gerenciam ativamente suas reservas de ouro aumentou de 37% em 2024 para 44% em 2025. Embora as taxas de rendimento continuem a ser a principal razão para aumentar as reservas de ouro, a gestão de riscos ultrapassou a negociação tática para se tornar a segunda razão mais escolhida.



