Na quinta-feira (22 de maio), hora local, a gigante global de mineração Rio Tinto anunciou em seu site oficial que seu CEO, Jakob Stausholm (também conhecido como Shi Daocheng em chinês), deixará o cargo no final deste ano.
A Rio Tinto afirmou que havia iniciado o processo de escolha de um sucessor. Durante esse período, Stausholm continuará a atuar como CEO e membro do conselho. A decisão pegou o mercado de surpresa, já que não havia indícios prévios, e o comunicado à imprensa não mencionou o motivo da saída de Stausholm.

No comunicado à imprensa, Stausholm escreveu: "É uma grande honra para mim ter liderado a Rio Tinto, uma das empresas de mineração e materiais mais destacadas do mundo. Gostaria de agradecer a todos os funcionários dedicados e talentosos da empresa que, coletivamente, melhoraram o desempenho operacional e a execução dos projetos.
"Construímos sobre os pontos fortes históricos da Rio Tinto para alcançar um crescimento rentável e estável e um valor significativo para os acionistas. Estou confiante de que a empresa continuará a prosperar no futuro."
Stausholm lidera a empresa de mineração, que tem uma capitalização de mercado de aproximadamente 80 bilhões de libras esterlinas, como CEO desde janeiro de 2021.
Em 2020, a Rio Tinto destruiu o local de patrimônio aborígene em Juukan Gorge, na região de Pilbara, na Austrália Ocidental, provocando fortes protestos dos investidores. Isso levou Stausholm a assumir a pesada responsabilidade de remodelar a imagem da empresa no início de seu mandato.
Depois de ser promovido a CEO, Stausholm impulsionou relações mais fortes com as comunidades aborígenes na Austrália, ao mesmo tempo em que aumentou o investimento em energia renovável, comprometendo-se com a transição para a descarbonização do negócio de mineração.
Durante seu mandato, ele também impulsionou a expansão agressiva da Rio Tinto no negócio de recursos de lítio, abrindo novos caminhos de crescimento para a empresa. No ano passado, a Rio Tinto adquiriu a Arcadium Lithium por 6,7 bilhões de dólares.
Ao mesmo tempo, Stausholm também liderou a empresa na expansão vigorosa de seu negócio de minério de ferro, abrangendo tanto a África quanto a Austrália. Em 2022, adquiriu a participação de seu parceiro canadense por 3,3 bilhões de dólares, obtendo o controle total de seu projeto de mina de cobre na Mongólia.
O presidente da Rio Tinto, Dominic Barton (também conhecido como Bao Damin em chinês), disse que Stausholm havia formulado uma "estratégia de crescimento convincente" e que "agora é o momento certo para nomear o sucessor de Jakob, enquanto olhamos para a próxima fase". "
Jakob Stausholm
De acordo com um e-mail interno visto pela imprensa, Stausholm indicou que um sucessor seria anunciado antes de a empresa divulgar os dados de produção do terceiro trimestre em meados de outubro.
Fontes familiarizadas com o assunto revelaram que os potenciais candidatos internos incluem Simon Trott, atual chefe do negócio de minério de ferro que está na empresa há mais de 20 anos, e Bold Baatar, atual diretor comercial que ingressou na Rio Tinto em 2013.
Um acionista com uma pequena participação na empresa disse que, considerando que a Rio Tinto tinha acabado de anunciar um investimento de quase US$ 1 bilhão em um projeto de recursos de lítio no Chile dois dias antes, a saída de Jakob Stausholm "parece um pouco repentina" e "inesperada".
A renúncia de Jakob Stausholm acontece em um momento em que as empresas de mineração globais estão enfrentando pressão dos investidores para criar mais valor a partir de suas vastas operações globais. Entende-se que a Rio Tinto teve um contato preliminar com a Glencore no ano passado sobre uma possível fusão que, se realizada, expandiria significativamente sua escala de negócios.
Além disso, a Rio Tinto, com sede no Reino Unido, também tem sofrido pressão de investidores ativistas para transferir sua listagem principal para a Austrália. Em uma recente assembleia de acionistas, uma proposta para explorar ainda mais esse plano foi rejeitada, apesar de ter sido sugerida. O próprio Jakob Stausholm também se opôs à proposta.



