Espera-se que as políticas tarifárias prejudiquem significativamente o desempenho da economia global, o que terá um impacto particularmente pronunciado no mercado de petróleo bruto, uma vez que as recessões econômicas irão suprimir a recuperação da demanda por petróleo bruto.
A última análise do Goldman Sachs indica que o mercado global de petróleo bruto deve enfrentar um excedente diário de 800 mil barris em 2025, aumentando para 1,4 milhão de barris em 2026. A guerra comercial e o relaxamento das restrições de oferta pela OPEP+ estão exacerbando continuamente o pessimismo do mercado.
Analistas do Goldman Sachs alertam que, embora o mercado já tenha considerado o impacto dos futuros aumentos nos estoques, ainda se espera um excedente significativo em 2025 e 2026, o que irá pressionar ainda mais os preços do petróleo.
Eles prevêem que o petróleo Brent terá uma média de cerca de US$ 63 por barril no restante deste ano, mas esse preço é baseado no pressuposto de que os EUA não entrarão em recessão e que a OPEP+ aumentará apenas ligeiramente sua oferta.
Sombras da Demanda
Na semana passada, os EUA revisaram drasticamente para baixo sua previsão de crescimento da demanda global por petróleo bruto para 2025, para 900 mil barris por dia, uma redução de aproximadamente 400 mil barris em relação à previsão anterior. Na segunda-feira, a OPEP também divulgou seu relatório mensal, reduzindo significativamente suas previsões de crescimento global do petróleo para 2025 e 2026, para 1,3 milhão e 1,28 milhão de barris por dia, respectivamente.
O relatório da OPEP observou que a demanda por petróleo deve ser apoiada pelas viagens aéreas e pelo tráfego rodoviário, mas essa perspectiva é afetada pelas incertezas do desenvolvimento econômico global, à medida que os EUA anunciam novas políticas tarifárias.
O mais recente relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) na terça-feira também decepcionou o mercado. O relatório revisou para baixo a taxa de crescimento da demanda global por petróleo para 2025 em 300 mil barris por dia em relação ao mês anterior, para 730 mil barris por dia, e espera que a taxa de crescimento desacelere ainda mais para 690 mil barris por dia em 2026.
A AIE afirmou que, devido ao aumento das tarifas dos EUA e às crescentes preocupações com a recessão, o sentimento de risco deteriorou-se ainda mais, com os preços globais do petróleo despencando cerca de US$ 10 por barril em março e no início de abril.
A AIE também alertou que a queda acentuada nos preços do petróleo colocou a indústria de petróleo de xisto dos EUA em dificuldades. De acordo com o mais recente relatório de pesquisa de energia do Federal Reserve de Dallas, as empresas acreditam que os preços do petróleo precisam se estabilizar em US$ 65 por barril para tornar a perfuração de novos poços rentável.
Até o momento da publicação, os futuros do petróleo WTI estão flutuando em torno de US$ 61, enquanto o petróleo Brent está sendo negociado em torno de US$ 65.



