De acordo com o Mining Journal, a guerra comercial pode trazer oportunidades para a Índia, já que o consumo de cobre do país deve crescer.
A Ministra de Mineração do Chile, Aurora Williams, e o Presidente da Codelco, Máximo Pacheco, que recentemente retornaram de uma visita à Índia, expressaram suas impressões sobre o país na reunião da Associação Internacional do Cobre realizada em Santiago.
A Índia, quinta maior economia do mundo, consome 900.000 toneladas de cobre anualmente, representando 1/30 da capacidade global de 27 milhões de toneladas. No entanto, economistas preveem que, até 2028, seu PIB saltará para a terceira posição, e o consumo de cobre também aumentará significativamente.
"Atualmente, o consumo per capita de cobre na Índia é de 0,7 kg, enquanto a média mundial é de 3,5 kg. Acreditamos que a Índia tem um grande potencial de crescimento. Visitei um projeto de complexo solar-eólico de 100 bilhões de dólares, que tem a área equivalente a Paris. A Índia está se eletrificando, o que gerará uma demanda enorme por cobre," disse Pacheco.
O CEO da Hindalco, Rohit Pathak, afirmou que a Índia não possui tarifas de importação sobre concentrados de cobre, e essa política não mudará.
"A era da globalização acabou, mas o cobre permanece uma mercadoria global. A Índia não imporá novas tarifas, e o cobre chileno é bem-vindo," disse ele.
Especialistas acreditam que a indústria global de mineração de cobre enfrenta desafios nos custos de desenvolvimento de novas capacidades, o que requer encurtamento dos prazos de licenciamento e aumento da colaboração.
"O mercado de cobre é positivo a longo prazo, e serão necessárias 80 novas minas de cobre semelhantes a Los Bronces até 2040. Com uma intensidade de investimento média de 30.000 dólares por tonelada, precisamos compartilhar infraestrutura para alcançar sinergias. O acordo entre a Anglo American e a Codelco sobre Los Bronces mostra que isso é muito importante para o Chile e para a indústria, pois permite aumentos significativos de produção sem novos investimentos maciços, utilizando infraestrutura existente e aumentando a inteligência," disse o Diretor Executivo da Anglo American, Patricio Hidalgo.
A Ministra Williams declarou que a cooperação deve ser intersetorial e entre entidades públicas e privadas, pois alcançar a sustentabilidade significa que os participantes devem trabalhar juntos de perto. "O progresso da mineração trouxe avanços substanciais ao Chile. Estamos no caminho certo, mas precisamos aproveitar as sinergias para que essas regiões possam se desenvolver em sintonia com a mineração," disse ela.
O Presidente da Codelco, Pacheco, discutiu francamente os desafios de desenvolver projetos individualmente, especialmente quando múltiplos projetos são desenvolvidos simultaneamente.
"A dificuldade está na implementação da inovação. A Codelco cometeu um erro ao empurrar quatro grandes projetos de ajuste estrutural simultaneamente. A organização do projeto foi desafiadora, e os custos aumentaram significativamente," disse ele.
Usando o negócio de alumínio da Hindalco como exemplo, Pathak explicou como a sinergia pode resolver grandes dificuldades e abrir novos mercados. "O resíduo de lama vermelha é um grande problema na indústria de alumínio. Colaboramos com a indústria de cimento para reciclá-lo completamente, e agora temos zero aterro. Somos a primeira empresa de alumínio global a fazer isso," disse ele.
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