John Williams, presidente do Federal Reserve Bank de Nova York, alertou recentemente que as medidas tarifárias introduzidas por Trump poderiam elevar a inflação nos EUA para 4% este ano, ao mesmo tempo em que aumentariam o desemprego e impactariam severamente o crescimento econômico.
Na sexta-feira, 11 de abril, o Federal Reserve Bank de Nova York divulgou o discurso de Williams. Em seu discurso, Williams observou: "A incerteza generalizada está se tornando cada vez mais evidente, especialmente nas informações fornecidas por dados não oficiais, como pesquisas empresariais".
"A confiança do consumidor diminuiu drasticamente, e os indicadores de confiança empresarial também mostraram fraqueza". Ele afirmou que, devido às tarifas de Trump, a inflação nos EUA este ano subirá para entre 3,5% e 4%, significativamente acima da meta de 2% do banco central e da leitura de inflação PCE de 2,5% em fevereiro.
Ao mesmo tempo, Williams também espera que a economia dos EUA "desacelere significativamente em relação ao ano passado, com crescimento provavelmente abaixo de 1%", enquanto a taxa de desemprego pode subir dos atuais 4,2% para uma faixa de 4,5%-5%.
Como presidente do Federal Reserve Bank de Nova York, Williams também atua como vice-presidente do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e, como os governadores do Fed, tem direito a voto permanente, tornando-o a "terceira figura mais influente" do banco. Em termos de política monetária, sua influência é apenas superada pela do presidente Powell.
Diferentemente de Powell, o mais recente discurso de Williams reflete uma visão particularmente pessimista do ambiente atual. Na semana passada, Powell alertou que a escala das tarifas propostas pelo governo Trump excedeu as expectativas e poderia levar a uma elevação da inflação e a uma desaceleração do crescimento econômico.
Em contraste, a declaração de Williams não é apenas mais pessimista, mas também mais específica, com os números que ele forneceu sendo muito piores do que as previsões da reunião do Fed em março (naquela época, o FOMC esperava que a inflação subisse para 2,7% e que o crescimento do PIB fosse de 1,7%).
Apesar das perspectivas sombrias, Williams ainda afirmou: "Dado o atual mercado de trabalho forte e a inflação ainda acima da meta de 2%, a atual postura de política monetária ligeiramente apertada continua a ser razoável".
Mais cedo no dia, a Universidade de Michigan divulgou o índice preliminar de confiança do consumidor dos EUA para abril em 50,8, que, exceto pelos 50 em junho de 2022, é o dado mais baixo da pesquisa desde a década de 1970.
O relatório da Universidade de Michigan também mostrou que os entrevistados esperam que as expectativas de inflação para o próximo ano sejam de 6,7%, o nível mais alto desde 1981. Além disso, a proporção de entrevistados que esperam que a taxa de desemprego aumente no próximo ano atingiu o nível mais alto desde 2009.
