Na quinta-feira, horário local, a presidente da Comissão Europeia, von der Leyen, declarou que a UE concordou em suspender as contramedidas contra tarifas dos EUA, originalmente programadas para 15 de abril, por 90 dias. Um dia antes, a Casa Branca anunciou uma pausa temporária na imposição de tarifas equivalentes à UE.
Von der Leyen afirmou: "Tomamos nota da declaração do presidente americano Trump. Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto a adoção final das contramedidas da UE, com forte apoio dos Estados-membros, está em andamento, colocaremos essas medidas em espera por 90 dias."
No entanto, ela também alertou que, se as negociações subsequentes não forem satisfatórias, a UE continuará tomando contramedidas. "As preparações para mais contramedidas estão em andamento, e, como disse anteriormente, todas as opções estão sobre a mesa."
No dia anterior, os Estados-membros da UE votaram a favor da primeira rodada de contramedidas contra as tarifas dos EUA, impondo tarifas de até 25% em uma variedade de produtos americanos. Esta rodada de contramedidas visa principalmente as tarifas de aço e alumínio dos EUA.
Segundo relatos, as contramedidas da UE envolvem bens no valor de cerca de 21 bilhões de euros, com uma ampla gama de produtos sujeitos a tarifas, incluindo soja, aves, arroz, frutas, nozes, madeira, têxteis e mais.
As medidas tarifárias sobre o primeiro lote de bens entrarão em vigor em 15 de abril, o segundo lote deve entrar em vigor em 16 de maio, e o terceiro, visando soja e vários produtos de nozes, será implementado a partir de 1º de dezembro.
Notavelmente, além das tarifas de 25% sobre aço, alumínio e automóveis impostas pela administração Trump, a semana passada os EUA anunciaram uma tarifa equivalente de 20% sobre quase todos os bens da UE.
Até quarta-feira, Trump anunciou que sua tarifa básica de 10% sobre quase todos os bens importados permaneceria em vigor, mas autorizou uma suspensão de 90 dias das tarifas equivalentes mais altas para países que não tomarem medidas retaliatórias.
Isso trouxe alívio aos mercados globais abalados, com os índices de ações dos EUA disparando após a notícia, e os mercados asiáticos e europeus continuando esse sentimento de alívio na quinta-feira.
Antes da reviravolta de Trump, a turbulência havia eliminado trilhões de dólares em valor de mercado das ações americanas e causado um aumento perturbador nos rendimentos dos títulos do governo dos EUA, o que parece ter chamado a atenção do presidente americano.
Von der Leyen saudou isso, afirmando que a suspensão de 90 dias de tarifas equivalentes por parte de Trump era "um passo importante para estabilizar a economia global." "Tarifas só prejudicam empresas e consumidores. Por isso, sempre defendi um acordo de tarifa zero entre a UE e os EUA."
Em resposta às ações de Trump, além de negociar com os EUA e formular contramedidas, a UE também declarou que está fortalecendo e diversificando as relações comerciais com outros países e reduzindo atritos no mercado único.
As relações entre a UE e os EUA se deterioraram significativamente este ano, com Trump acusando repetidamente o bloco de 27 nações de ser "muito injusto" com os EUA devido a desequilíbrios no comércio de bens entre as duas partes.
No entanto, em termos de bens, serviços e investimentos, o comércio entre as duas partes é geralmente equilibrado, levantando dúvidas sobre se a UE miraria o comércio de serviços dos EUA, incluindo o setor tecnológico, como resposta.
