A Cimeira de Líderes do G20 inaugurou em Joanesburgo, África do Sul, no dia 22 de novembro. Numa conferência de imprensa realizada naquela tarde, o Ministro sul-africano das Relações Internacionais e Cooperação, Ronald Lamola, afirmou que as partes participantes alcançaram consenso sobre a agenda central e adotaram a Declaração dos Líderes do G20 em Joanesburgo. Esta cimeira, realizada pela primeira vez no continente africano sob o tema "Unidade, Igualdade, Sustentabilidade", centrou-se nos desafios globais e no crescimento inclusivo.
Transição Energética como Foco Principal com Metas Claras de Capacidade de Energia Renovável para 2030
A declaração destacou a agenda de transição energética. Os participantes apoiaram unanimemente as metas e políticas existentes para triplicar a capacidade global de energia renovável e duplicar a taxa anual global de melhoria da eficiência energética até 2030. Comprometeram-se também a apoiar a implementação de outras tecnologias de emissões zero e baixas até 2030, incluindo tecnologias de redução e remoção, de acordo com as circunstâncias nacionais. A declaração abordou os desafios de desigualdade no panorama energético dos países em desenvolvimento, particularmente em África, comprometendo-se a fornecer financiamento de baixo custo — como empréstimos concessionais e mecanismos de financiamento misto — para a sua transição de baixo carbono, melhorando a segurança energética, acessibilidade e disponibilidade através de vias diversificadas.
Abordar Múltiplos Desafios Globais com Cooperação Multilateral como Consenso
No meio do aumento da competição geopolítica e económica, conflitos frequentes e maior incerteza económica global, a declaração reafirmou a crença na cooperação multilateral. Sobre resiliência a desastres, enfatizou a redução integrada do risco de catástrofes, melhorando as capacidades de resposta a terramotos e condições meteorológicas extremas, e promovendo soluções baseadas na natureza. Na sustentabilidade da dívida, endossou a Declaração Ministerial do G20 sobre Sustentabilidade da Dívida e comprometeu-se a reforçar a implementação do Quadro Comum para Tratamentos da Dívida além da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida. Sobre segurança alimentar, comprometeu-se a garantir a resiliência dos sistemas alimentares através de políticas comerciais abertas e não discriminatórias, promovendo a inovação agrícola e reduzindo o desperdício.
Adicionalmente, a declaração abrangeu cadeias de abastecimento estáveis de minerais críticos, crescimento económico inclusivo, cooperação internacional em IA e parcerias com África, acolhendo o Quadro do G20 para Minerais Críticos, lançando a iniciativa "IA para África", apoiando a integração de África na indústria global e cadeias de valor, e iniciando o "Quadro de Cooperação África 2025–2030 no Âmbito Financeiro do G20".
Fortalecimento dos Mecanismos Multilaterais e Promoção da Reforma da Governança Global
A declaração reafirmou o fortalecimento do multilateralismo baseado na Carta das Nações Unidas, pediu a reforma do Conselho de Segurança da ONU para aumentar a representatividade e a eficácia, e defendeu uma voz maior para a África, Ásia-Pacífico e outras regiões nas instituições internacionais. No campo das mudanças climáticas, os objetivos de controle de temperatura do Acordo de Paris foram reafirmados, e a implementação do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal foi apoiada. Ao mesmo tempo, a União Africana foi calorosamente recebida como membro formal do G20, enfatizando que as vozes africanas devem ser plenamente liberadas nos fóruns internacionais. A cúpula anunciou que a próxima rodada de presidências do G20 será realizada sucessivamente pelos EUA (2026), Reino Unido (2027) e Coreia do Sul (2028), e saudou o desejo da Arábia Saudita por uma rotação antecipada.



