Em outubro de 2025, a gigante solar chinesa LONGi e a Comissão de Energia da Nigéria (ECN) concluíram as negociações de cooperação estratégica na sede da empresa na China. Ambas as partes concordaram em avançar com a criação de uma fábrica de células/módulos solares na Nigéria com uma capacidade de 500–1,000 MW (0,5–1 GW). O comunicado de imprensa oficial da Nigéria e vários meios de comunicação do setor confirmaram esta intenção, observando que a cooperação foi aprofundada com base num memorando de entendimento (MoU) assinado anteriormente no mesmo ano em Londres.
Por que escolher estabelecer manufatura neste momento? As razões residem nos desafios de longa data da Nigéria de fornecimento de energia instável e na forte procura por energia fotovoltaica distribuída e micro-redes (incluindo questões como a capacidade flutuante de ligação à rede nacional e a dependência generalizada de geradores a diesel), aliados ao impulso do governo para objetivos de localização e popularização, como a "Política de Solarização da Esperança Renovada". Isto cria simultaneamente impulsionadores políticos e de mercado para a manufatura local. Para a Nigéria, a introdução de um fabricante como a LONGi, que possui vantagens de escala e tecnológicas, espera-se que reduza a dependência das importações, melhore a cadeia de abastecimento de módulos e forneça um suporte a montante mais estável para os mercados distribuído e comercial e industrial (C&I).
Situação Atual e Dimensão do Mercado Fotovoltaico da Nigéria:
- Base Instalada: De acordo com estatísticas da Associação da Indústria Solar Africana (AFSIA), a capacidade fotovoltaica acumulada da Nigéria atingiu aproximadamente 385,7 MW até ao final de 2024, com cerca de 63,5 MW adicionados em 2024, posicionando-se entre os principais países africanos (anual de 2024).
- Estrutura de Mercado: O mercado é atualmente dominado por solar distribuído, comercial e residencial, bem como por sistemas de micro/mini-redes. Os projetos de ligação à rede de escala utility estão a progredir relativamente devagar devido a constrangimentos na infraestrutura de transmissão e distribuição e nos mecanismos de garantia.
- Potencial e Metas: A IRENA estima que o potencial teórico de geração de energia fotovoltaica da Nigéria seja enorme (na ordem das centenas de GW). O governo nigeriano propôs metas em vários roteiros para aumentar significativamente a quota de energias renováveis até 2030. A manufatura local é considerada um dos segmentos da cadeia industrial que suporta a expansão a médio e longo prazo.
De acordo com divulgações da Comissão de Energia da Nigéria e reportagens da mídia, o quadro de cooperação entre a LONGi e o governo nigeriano inclui: a LONGi fornecendo tecnologia, planeamento da linha de produção e apoio parcial de capital/equipamento; colaboração em áreas como localização da fábrica, terrenos, assistência administrativa e formação de emprego localizada fornecida pela parte nigeriana; a gama de capacidade alvo é de 500–1,000 MW/ano (com planeamento inicial permitindo expansão ascendente), e irá alinhar-se com as políticas de localização do governo nigeriano para avançar com a aquisição de peças e a formação de trabalhadores. Cronogramas específicos de comissionamento, rácios de financiamento e estruturas de financiamento do projeto não foram divulgados em detalhe. Ambas as partes indicaram que contratos de projeto mais específicos serão assinados e marcos anunciados em fases subsequentes.
Impacto no Mercado e na Cadeia Industrial:
- Oferta e Custo: Se o projeto for comissionado conforme planeado, espera-se que a capacidade de produção localizada na Nigéria reduza a dependência de módulos importados, o que ajudará a baixar os custos de aquisição e logística a longo prazo, aumentando assim a viabilidade do projeto e acelerando a adoção. Isto é particularmente relevante para sistemas C&I e off-grid/micro-redes, onde o fornecimento localizado pode encurtar os ciclos de entrega.
- Estímulo Industrial:
A manufatura de módulos irá fomentar o emprego e o desenvolvimento de sectores a montante e a jusante, como embalagem, estruturas de montagem, EPC e O&M, ao mesmo tempo que fornece uma plataforma para transferência de competências e formação técnica.Riscos e Desafios Políticos: Na prática, o sucesso do projeto depende de fatores como aprovações de terrenos, incentivos fiscais/tarifários, políticas de câmbio e garantias de compra de longo prazo no mercado de eletricidade (por exemplo, PPAs e garantias governamentais)。 A eficiência administrativa, as condições financeiras e a infraestrutura na Nigéria continuam sendo os principais riscos de implementação。
A colaboração entre a Nigéria e a LONGi serve tanto como uma resposta orientada pelo mercado aos desafios de eletricidade e segurança energética do país, quanto como outro exemplo da expansão das capacidades de manufatura chinesas na África。 Se o projeto puder superar as restrições políticas, financeiras e de infraestrutura e prosseguir conforme o planejado, espera-se que tenha um impacto positivo de longo prazo na adoção de módulos fotovoltaicos e na industrialização local na Nigéria。 Em planos subsequentes de expansão de capacidade, apoiará mais demandas de energia renovável na Nigéria, estenderá os benefícios aos países vizinhos, reduzirá o custo de fabricação de módulos fotovoltaicos na África e avançará o desenvolvimento do mercado de energias renováveis na região。



